A Angola Cables, multinacional africana de soluções de rede, está expandindo sua infraestrutura em Fortaleza, CE, com um novo data center que terá capacidade energética de 25 MW — 25 vezes maior que o AngoNap, inaugurado em 2019 e hoje praticamente 100% ocupado. O novo data center, que será construído ao lado do AngoNap (foto acima) na Praia do Futuro, ocupará 900 m² e tem previsão de conclusão para 2026. Segundo Guilherme Vieira, Líder Comercial da TelCables Brasil, a empresa está em fase avançada de projeto, com investimentos estimados em mais de R$ 250 milhões e alternativas de financiamento sendo avaliadas.
Fortaleza tem se destacado no setor de tecnologia e conectividade, sendo o segundo maior hub de Internet do Brasil, com picos de tráfego de 4 Tbit/s, atrás apenas de São Paulo. Vieira ressalta que a cidade pode se tornar um polo de Inteligência Artificial (IA), atraindo empresas que buscam rodar aplicações de IA, como treinamento e inferência. “Fortaleza é a bola da vez no setor sul-americano e demandará muitos investimentos”, afirmou.
Outro fator que eleva a relevância da capital cearense é a sua localização estratégica para a chegada de cabos submarinos. O AngoNap faz parte do sistema SACS, que conecta Fortaleza a Luanda, e do Monet, que liga a cidade a Miami, ambos operados pela Angola Cables. Além disso, o AngoNap conta com um Ponto de Intercâmbio de Tráfego (PIX) integrado à rede IX.br.
A TelCables Brasil, subsidiária da Angola Cables, oferece 60 serviços que vão desde cloud e integração até redes IP e transporte internacional, com data centers conectados de baixa latência, atendendo provedores Tier 1 e 2. A empresa atende cerca de 300 dos maiores provedores de Internet do Brasil, conectando-os a centros de conteúdo e mercados globais. Recentemente, expandiu sua atuação no Centro-Oeste com pontos de presença (POPs) em Brasília, Cuiabá e Goiânia, que já respondem por quase 10% do tráfego de dados da região.
A Angola Cables também adquiriu capacidade no cabo submarino Ellalink, garantindo uma rota direta com baixa latência para Lisboa e Madrid, com uma redução de até 60%. Além disso, a solução Anti-DDoS Arbor da empresa oferece mitigação global de mais de 15 Tbit/s, disponível em cinco continentes.
Com essas iniciativas, a Angola Cables subiu oito posições no ranking global de provedores de Internet do CAIDA e agora detém mais de 70% do tráfego de Internet do continente africano e quase 2% do tráfego mundial. “Nosso objetivo é liderar a conectividade digital no Atlântico Sul e potencializar o crescimento dos mercados emergentes”, concluiu Vieira.