Fakenews, whatsapp e eleições, uma mistura explosiva

Escrevi esse artigo para o jornal Ceará Leste.

Através da popularidade dos smartphones e seus aplicativos sempre conectados, as chamadas FakeNews, notícias falsas espalhadas na internet, têm inundado as mídias sociais digitais e influenciado desde processos eleitorais, como se desconfia nos EUA, até a polarização política, distorção de ideologias e o incentivo ao extremismo. O gigante da mídia social digital Facebook é a maior rede mundial de difusão destas notícias e tem feito o seu chefão Mark Zuckerberg* passar por um ano difícil.

No Brasil, o aplicativo de mensagens whastapp, que também pertence a Mark Zuckerberg, é um dos campeões em disseminação desta epidemia e de correntes de mentiras que tem preocupado o mundo inteiro. O país, que é um dos mais ativos nas redes sociais digitais, vive um momento de fácil manipulação tendo em vista as próximas eleições e os ânimos exaltados pelos últimos episódios políticos e de violência urbana em todo o território nacional.

Enquanto no Twitter e Facebook as mensagens falsas e comentários de incentivo a polarização política normalmente são publicadas por robôs, chamados de bots na internet eles são programas capazes de manter centenas de perfis nas redes sociais que aparentam ser de pessoas reais manipulando assim tendências e opiniões, no Whatsapp essas mensagens geralmente chegam em grupos de amigos e conhecidos e é compartilhada por uma pessoa real, o simples fato de a mensagem corroborar com o viés ideológico de quem a recebeu é motivo suficiente para passá-la adiante sem nenhuma checagem, esse tipo de mensagem encontra um terreno fértil nessa ferramenta já que não consegue ser vigiada e viraliza rapidamente.

Estima-se que 120 milhões de brasileiros se comunicam por WhatsApp, lugar onde fakenews circulam o tempo inteiro, esse é um número expressivo e que pode sim mudar os rumos de uma eleição. A justiça eleitoral tem mostrado preocupação, ressalta que existem punições previstas na legislação eleitoral para os responsáveis pela propagação de informações falsas, mas o problema é que depois de compartilhadas elas ganham uma dimensão enorme e a sua visibilidade não é diminuída.

Resta aos brasileiros torcer para que os veículos oficiais de informação e imprensa no país não entrem também na onda dos bots e das fakenews e que todos busquemos checar melhor as informações propagadas a fim de fazermos as melhores escolhas nas próximas eleições, só assim a democracia sobreviverá.

*Bônus

    Na manhã de segunda feira 02 de abril de 2018, uma entrevista com Zuckerberg foi publicada no The Ezra Klein Show, da Vox. Nela, o CEO do Facebook passou por algumas das questões mais difíceis da empresa, sobre como lidar com notícias falsas, ajudar a apoiar o bom jornalismo e ainda como lidar com uma rede de 2 bilhões de perfis pessoais. Zuckerberg ainda teve que concordar com Tim Cook, que criticou o modelo do Facebook de gerar receita através da publicidade em entrevista anterior ao programa. Você pode ler a entrevista completa no Vox.com

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