Pertences, ou o que sobrou deles, das vítimas do vôo 3054 da TAM que matou 199 pessoas e deixou 15 feridos em julho do ano passado, aguardam reconhecimento e retirada em delegacia de São Paulo.
No site G1, tem uma pequena galeria de fotos com os pertences que ainda aguardam identificação e retirada. Óculos retorcidos, restos de livros, gorros, bonés, brinquedos, são alguns dos itens que estão disponíveis em mais de 30 caixas de papelão no 14º Distrito de Polícia, em Pinheiros na Zona Sul de São Paulo.
Para muitos parentes, procurar os objetos é como remexer em lembranças dolorosas e não cicatrizadas. O delegado responsável pelas investigações, Antônio Carlos Barbosa, acredita que muitos parentes tenham dificuldade em buscar objetos dos entes queridos. “Muitas famílias não querem ver (os objetos). As caixas ficarão com a gente até o inquérito ser concluído”, disse o policial.
Sinceramente, eu no lugar de algum desses familiares, não sei se gostaria de ir lá recolher tais lembranças.
A TAM enviou aos parentes das vítimas CDs com as imagens dos objetos para a identificação. O delegado lembra que, de início, muitas famílias retiraram os pertences, mas ao passar dos meses o número de procuras reduziu-se gradualmente.
Ana Behs, madrasta de Rebeca Haddad, de 14 anos, que estava no vôo 3054, relata como foi doloroso procurar objetos da adolescente no catálogo remetido aos parentes. “Cada vez que virávamos a próxima página o coração vinha na boca. Foi emocionalmente muito complicado” relembra ela, às vésperas de o acidente completar um ano na próxima quinta-feira (17)