Estava aqui murmurando com o além, chorando algumas perdas, dívidas, essas bobeiras todas, olho para o lado, pego um livro sem grandes intenções, o autor é Dimas Macedo, cearense, não sou muito chegado à poesia, confesso, abri na página 44 e dou de cara com esse poema magnífico, a minha cara, parece que escrevi.
Curvado dentro em mim
mergulho no absurdo,
entre tédio que devasta
o quarto surdo.
Impôem-se as réstias,
retraio-me ao recinto
e novamente contemplo
a solidão que sinto.
A morte me pressinto.
A dor é o labirinto.
O caos minha aventura.
E em todos os compassos
o ser reage aos passos
pousados no silêncio.